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Ali Kamel
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ção, há alegria, risadas, com praticamente todos os diálogos
entremeados de palavras de louvor a Deus. Dirigem muitos
elogios aos “mártires” do 11 de Setembro, pedem a Deus que
eles sejam abençoados e que tenham a merecida recompensa
no Paraíso. O xeque está especialmente feliz por uma outra
razão: “Graças a Deus, eu soube que esse lugar aqui é tam-
bém seguro.”
É assim mesmo: eles se rejubilam pelo martírio alheio, mas
gostam de saber que o deles ainda está distante. Conversa
vai, conversa vem, e tem início uma espécie de torneio para
saber quem conta a história mais sobrenatural em relação
aos atentados de 11 de setembro. Parece uma disputa entre
colegiais. Ou entre pescadores. Mas, na verdade, é uma con-
versa entre assassinos.
O primeiro a falar em premonição é o xeque saudita que
recebe a visita de Bin Laden:
Eu me lembro de uma visão do xeque Salih al-Shuay-
bi. Ele disse: “Haverá um grande estrondo e as pessoas
irão às centenas ao Afeganistão.” Eu perguntei a ele:
“Ao Afeganistão?” Ele respondeu: “Sim.” De acordo
com ele, os únicos que ficarão para trás são os mental-
mente incapazes ou os hipócritas. Eu me lembro de que
ele dizia que centenas de pessoas iriam para o Afeganis-
tão. Ele teve essa visão um ano atrás.
Bin Laden, de início, não se impressiona muito com o rela-
to, até mesmo o ignora. Fala de outras coisas, pergunta qual
a repercussão dos atentados na Arábia Saudita, nas mesqui-
tas, nas ruas. E faz questão de dizer que tudo foi estudado
com cuidado:
Nós calculamos antes o número de vítimas no lado
do inimigo, quem seria morto, com base na posição da
torre. Nós calculamos que os andares atingidos seriam
1,2,3,4,5,6,7,8,9 11,12,13,14,15,16,17,18,19
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