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Ali Kamel
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O campeonato não pára. Uma voz pede que Bin Laden
conte também o sonho tido por outro companheiro. Eles dis-
cutem qual o nome desse companheiro (Abu Daoud? Sa’d?)
até que Bin Laden diz que era o sonho de Al-Ghumaidi e que
foi revelado a ele, na presença de outros, num campo de trei-
namento em Kandahar:
Ele veio perto de mim e me disse que viu, num sonho,
um prédio alto na América, e, no mesmo sonho, ele viu
Mukhtar [outro terrorista] ensinando a eles como lutar
caratê. Nesse ponto, eu fiquei preocupado de que talvez
o segredo fosse revelado se todos começassem a vê-lo
nos sonhos deles.
E, sorrindo, Bin Laden conta a recomendação que fez ao
grupo: “Eu encerrei então a discussão. Eu disse que se ele
tivesse outro sonho, que não contasse a ninguém, porque as
pessoas iam ficar aborrecidas com ele.”
Ao que parece, a ordem de Bin Laden não foi respeitada,
porque outra voz na sala começa imediatamente a revelar ou-
tro sonho, tido no mesmo período:
Eu vi dois aviões vindo e eles causavam uma grande
explosão. Tão grande que eu fiquei com medo de ver a
cena. Quer dizer, eu sentia que havia alguma coisa. En-
tão eu disse [no sonho] para o xeque Bin Laden: “Va-
mos embora.” Mas ele me disse: “Seja paciente.”
Nesse momento, o terrorista se emociona e faz um jura-
mento, como que para provar que falava a verdade: “Em
nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso! O xeque me
disse [no sonho]: ‘Seja paciente. Seja paciente, talvez outras
coisas venham a acontecer.’”
Alguém quer saber se o sonho tinha sido antes do primeiro
avião se chocar, e é informado de que tinha sido antes de to-
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