Sobre o Islã
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e o preto? Nadar contra a maré resultará em algo diferente da
total incompreensão? No fim das contas, achei que não seria
honesto comigo nem com os leitores escapar desse assunto.
Afinal, não peço concordância, mas quero apenas externar um
ponto de vista que não é certamente majoritário. Os leitores
serão testemunhas de que eu não agi de maneira leviana. Não
externei opiniões sem antes estudar minuciosamente todo e
qualquer relatório oficial que tenha sido divulgado. Foram
páginas e páginas de leitura ao fim das quais eu pude rever
algumas posições que eu considerava firmes, consolidar outras
sobre as quais eu não tinha muita segurança e manter algumas
que sempre acreditei como mais próximas da verdade.
Tenho certeza de que o mesmo acontecerá com os meus
leitores.
Estarei satisfeito se ao final do livro eu tiver conseguido
alcançar dois objetivos. O primeiro, ressaltar que as três reli-
giões monoteístas têm mais pontos em comum do que antes o
leitor imaginava. O segundo, dar ao leitor ainda mais certeza
de que nenhuma delas é base para o horror do terrorismo. São
objetivos modestos. O terror islâmico é um fenômeno muito
complexo, que suscita muitas perguntas. Não foi minha in-
tenção fazer um livro que respondesse a todas elas. Eu já me
darei por satisfeito se tiver contribuído com subsídios para
que perguntas possam ser feitas de forma mais embasada.
E uma última palavra: que os sonhos continuem sendo ape-
nas a representação da realização dos nossos desejos.